quinta-feira, 12 de julho de 2012

Escolha profissional, vocação e capacitação!

Caros crismandos e crismados, nossa vida é feita de escolhas e decisões. A partir delas é que vamos construindo nossa vida e nosso futuro.

Nós, da equipe diocesana, já estamos elaborando os novos encontros para o nosso projeto pós-crisma que tratará sobre a vocação e a escolha profissional.

Para nos ajudar a começar a reflexão sobre este assunto apresentamos abaixo um texto que está no Jornal Mundo Jovem para o mês de agosto/2012.

Desejamos boa leitura e bons encontros a todos.


Escolha profissional, vocação e capacitação

O Brasil encontra-se em processo de crescimento econômico e acelerado desde 2003. E, contrariando o que acontece em boa parte do mundo, o número de jovens empregados cresceu nos últimos cinco anos (OIT – relatório Tendências Mundiais do emprego juvenil 2012). Mas como nos preparar para as oportunidades que surgem? Como escolher uma profissão e ser feliz nessa escolha?
                                              
            A baixa qualificação de grande parcela da população é o grande desafio atual. Boa parte dos trabalhadores apresenta sérias deficiências, inclusive nas habilidades básicas, que evidenciam a deterioração das condições de educação no país. Os empregadores brasileiros têm dificuldades de encontrar trabalhadores qualificados para preencher cargos disponíveis. Significa que o Brasil deve formar e qualificar profissionais para continuar crescendo. Portanto, a questão começa na educação, em todos os níveis. Além disso, é importante refletir sobre o sentido das escolhas que o jovem faz na sua vida.

Pra pegar onda
            Vocação, do latim vocare, significa chamado, ou seja, vocação é o chamado que recebemos para seguir determinado caminho. Ao desenvolvermos a capacidade de refletir podemos nos deixar guiar por esse chamado, esse desejo que nos anima a seguir em determinada direção ou ainda descobrir outras possibilidades. Dessa forma, tiramos um peso do dever, do medo, da pressão familiar que inibem a criatividade. Conforme a filósofa Dulce Magalhães, “cada pessoa tem muitas vocações e cada vocação permite muitas profissões”. Isso, por um lado, dificulta as escolhas, mas, por outro, abre oportunidades de realizações nos diferentes caminhos da vida. Assim, segue a filósofa, “com tantas vocações que carregamos em nós, seria um desperdício seguirmos uma única carreira, fazermos uma mesma tarefa sempre ou aprendermos coisas relativas somente a uma profissão” (Correio do Povo, 22/04/2012).
            A melhor forma de escolha profissional é mergulhar na própria existência, onde descobrimos quem somos, o que queremos e o que fazemos melhor. E descobrir, na prática, qual o chamado mais importante no tempo oportuno, como diz a música de Humberto Gessinger: “Força não há capaz de enfrentar, uma ideia cujo tempo tenha chegado. A força não é capaz de salvar, uma ideia cujo tempo tenha passado. Pra pegar onda, deixa estar: deixa a onda te pegar, deixa a onda te levar”.

Atenção ao chamado
         Não é nada fácil para um jovem, hoje, escolher onde atuar de forma definitiva. É comum a indecisão para optar por um curso técnico ou superior e decidir por uma profissão. Muitos acabam cursando vários semestres de uma faculdade para, depois, concluírem que não era bem isso que desejavam.
            No entanto essa fase da vida, a juventude, é determinante para o resto da vida. Assim, um jovem que escolhe um emprego não vinculado ao seu aprendizado na escola, no comércio, por exemplo, acaba seguindo nesse ramo de atividade, pois terá dificuldades de continuar ou retomar seus estudos e se especializar.
            Quando o trabalho não é uma imposição ditadora pela necessidade de subsistência familiar, os jovens têm a tendência de encará-lo como uma oportunidade de aprendizado, de ter acesso a variados tipos de consumo e de lazer, de alcançar a emancipação econômica. Porém, hoje, as trajetórias ocupacionais dos jovens têm sido marcadas pela incerteza: ocupam as ofertas de empregos que aparecem, normalmente de curta duração e baixa remuneração, o que deixa pouca possibilidade de iniciar ou progredir na carreira profissional. Por isso, jovens de todas as classes e situações sociais expressam inseguranças e angústias ao falar das expectativas em relação ao trabalho, no presente e no futuro.
            Ao discutir a escolha profissional, não basta saber o nome de um curso ou de uma atividade. É fundamental a postura que se assumirá em relação ao seu projeto e que o levará a se relacionar de determinado modo com a sociedade. Talvez, para uma escolha mais feliz, uma saída seja conversar, expor dúvidas, certezas, medos, para romper o casulo do individualismo que geralmente leva à ideia de que o problema é meramente pessoal.

            Rui Antônio de Souza,
                                                                       Da equipe do Jornal Mundo Jovem.
Endereço eletrônico: ruisouza@mundojovem.pucrs.br

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